sábado, abril 28, 2007

O especialista no Público

Hoje, no P2. O que só confirma que o Público anda muito fraquinho...

sexta-feira, abril 27, 2007

Abril despedaçado



O cravo está no chão. As botas são as mesmas de sempre.

(ainda) o 25 de Abril no Chiado

Aqui ficam alguns testemunhos. Espalhem a notícia para que ninguém possa desculpar-se com a falta de informação:

http://spectrum.weblog.com.pt/arquivo/2007/04/na_rua_do_carmo_1.html



E uma vez mais afirmo: por enquanto a nossa constituição dá-nos o direito (conquistado em Abril de 1974) de livre manifestação:

Artigo 45.º (Direito de reunião e de manifestação)

1. Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.

2. A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação.



São portanto tão intoleráveis como a repressão à bastonada, as declarações da polícia:
«indivíduos ligados a vários movimentos extremistas identificados com simbologia anarco-libertária» tentaram iniciar «uma manifestação não autorizada, nem comunicada ao Governo Civil e, como tal, ilegal», o que levou à intervenção policial.

quinta-feira, abril 26, 2007

Assim foi o 25 de Abril no Chiado




(segundo me faz saber o Jorge Soares da Associação República e Laicidade)

33 anos depois assim vai a Liberdade. Com os jornais e as gentes bem-pensantes a falar de manifestações não autorizadas. A polícia fala de extremistas de esquerda com uma precisão classificativa notável ("extremistas com simbologia anarcolibertária"). Liberdade e diálogo é para alguns. Os cartazes racistas, por exemplo, são protegidos em nome da liberdade de expressão, da lei e da ordem. Para os outros temos pauzinhos de amolgar ideologias. Ou seja, assim se vê uma vez mais para que serve a polícia. E já agora, quando é que foi a última vez que ouviram falar de uma carga policial durante uma manifestação de extrema direita?

É triste. E mais triste ainda é (quase) ninguém se indignar. Eu, por mim, só lamento não ter estado ontem no Chiado. Embora não tenha tido nada a ver com aquela manifestação e nem saiba se me revejo ou não naquela luta (em rigor não sei lá muito bem de que se tratava), sei - isso sim - que também fui agredido pelas bastonadas que os polícias por lá espalharam.

Acordai

Tambores por Abril


Tambores por Abril, originally uploaded by nfcastro.

Mais fotos aqui.

quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril Sempre!


25 de Abril Sempre, originally uploaded by nfcastro.

terça-feira, abril 24, 2007

Poesia em Abril

Homens: na noite do desânimo
levanto a minha voz
para pregar o ódio.

Um ódio total e violento
a todos os narcóticos
que adormecem a realidade
com neblinas de música.

Ódio às lágrimas mal choradas diante dos poentes,
à alegria das crianças mortas que teimam em rir nos olhos dos velhos,
às noites de insónia por causa de uma mulher,
às flores que iluminam os mortos de alma,
ao álcool da arte-pura-para-esquecer,
aos versos por dentro das palavras,
aos versos com túneis acesos por dentro das palavras,
aos pássaros a cantarem os perfumes das árvores secas,
às valsas com voos de tule
- e até ao sol
que diminui o mundo
em indiferença de continuar.

Ódio ao mar a modelar deuses
nos nossos corpos feios de tanto se julgarem belos.

Ódio à primavera
- essa mulher voadora
que entra pelas janelas
com asas azuis
para que a nossa dor
pareça preguiça de existir.

Ódio às serenatas que o luar faz do céu à terra,
às pétalas nos cabelos dos fantasmas ao vento,
às mãos-dadas nas sendas brancas dos idílios,
à pele de frio doce dos amantes,
aos colos das mães a embalarem futuro,
às crianças com céus do tamanho dos olhos,
às cartas de paixão a prometerem suicídios (para beijos mais fundos),
às insinuações de paraíso nas vozes de pedir esmola,
às escadas de corda nos olhos das noivas das trapeiras,
às danças a perfumarem de sexo a derrota,
às ninfas disfarçadas em canteiros de jardins,
e aos recantos foscos
onde escondemos a Verdade
em galerias de evasão
- só para que os nossos olhos continuem límpidos
a ignorarem todos os negrumes
com escadas até ao centro da terra.

Ódio ao disfarce, às máscaras, ao «falemos noutra coisa»,
aos desvios, às fontes dos claustros, ao «vamos logo ao cinema»,
aos problemas de xadrez, aos dramas de ciúme, às infantas do fogo das lareiras,
e aos que não têm a coragem
de estacar, pálidos,
com unhas na carne
a olhar de frente,
sem arrancar os olhos,
os caminhos dos mortos sagrados
até aos horizontes onde os homens se ofuscam das manhãs virgens.

Ódio a todas as fugas, a todos os véus,
a todas as aceitações, a todas as morfinas,
a todas as mãos ocas das prostitutas,
a todas as mulheres nuas em coxins de afagos,
para nos obrigarem a esquecer...

Mas eu não quero esquecer, ouviram?
Não quero esquecer!

Quero lembrar-me sempre, sempre e sempre
deste minuto de abismo,
para transmiti-lo de alma em alma,
de treva em treva,
de corvo em corvo,
de escarpa em escarpa,
de esqueleto em esqueleto,
de forca em forca,
até ao Ranger do Grande Dia
para a Salvação do Mundo
sem anjos
nem demónios
- mas só homens e Terra.

José Gomes Ferreira

domingo, abril 08, 2007

De Volta à Berlenga


Bolhas, originally uploaded by nfcastro.

Foi um óptimo fim de semana. Mesmo com algum frio e com uma visibilidade menor que o normal nestas paragens, os mergulhos foram muito bons. Para além dos habituais Vapor do Trigo e Primavera ainda fomos à Tromba do Elefante e à Baixa do Broeiro. Mais fotos aqui.