terça-feira, junho 17, 2008

Why Socialism?

This crippling of individuals I consider the worst evil of capitalism. Our whole educational system suffers from this evil. An exaggerated competitive attitude is inculcated into the student, who is trained to worship acquisitive success as a preparation for his future career.

I am convinced there is only one way to eliminate these grave evils, namely through the establishment of a socialist economy, accompanied by an educational system which would be oriented toward social goals. In such an economy, the means of production are owned by society itself and are utilized in a planned fashion. A planned economy, which adjusts production to the needs of the community, would distribute the work to be done among all those able to work and would guarantee a livelihood to every man, woman, and child. The education of the individual, in addition to promoting his own innate abilities, would attempt to develop in him a sense of responsibility for his fellow men in place of the glorification of power and success in our present society.

Nevertheless, it is necessary to remember that a planned economy is not yet socialism. A planned economy as such may be accompanied by the complete enslavement of the individual. The achievement of socialism requires the solution of some extremely difficult socio-political problems: how is it possible, in view of the far-reaching centralization of political and economic power, to prevent bureaucracy from becoming all-powerful and overweening? How can the rights of the individual be protected and therewith a democratic counterweight to the power of bureaucracy be assured?


Albert Einstein, Why Socialism? in Monthly Review (May 1949)

(o texto completo pode ser encontrado aqui)

Felizmente já não é assim

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [...] Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [...] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos [...] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

Guerra Junqueiro, Pátria (1896)

domingo, junho 15, 2008

Já sei que não me perguntaram, mas eu respondo à mesma: Não!



Os irlandeses disseram não em referendo ao tratado de Lisboa. Fico contente, pois era essa a resposta que eu daria caso alguém se desse ao trabalho de me perguntar. Bem sei que, de acordo com a opinião dominante, a europa é boa por definição, tal como sei que quem se opõe ao que as cabecinhas bem pensantes querem para a europa é, na melhor das hipóteses, ignorante. Ainda assim, fico contente.

É precisamente por a adesão à comunidade europeia ser inquestionável, que pondero seriamente se não será melhor acabar de vez com esta comunidade europeia. Sempre desconfiei muito das escolhas decretadas como inevitáveis. A história da humanidade está cheia delas e raramente correram bem.

Julgo que é necessário dizer claramente: esta comunidade europeia é uma escolha política. O tratado de Lisboa é uma escolha de organização política. Podemos ser a favor da paz, da união dos povos e do sol a brilhar nas praias e não aceitar as escolhas dos dirigentes europeus. Eu, por exemplo, defendo uma comunidade europeia com um governo europeu eleito directamente que responda perante um parlamento europeu dotado de poderes reais. E não me digam que é isto que existe: o parlamento europeu é pouco mais que decorativo e quem decide tudo é o conselho (ou seja, são os governos europeus que decidem, sem responder perante ninguém, o que querem, apresentando depois essas decisões aos seus eleitores como sendo impostas pela europa). O que tenho visto nos últimos tempos é que esta comunidade europeia não é isto nem tem nenhuma vontade de caminhar para o ser. Por isso estou contra esta opção.

Hoje por hoje, estou convencido que a minha europa nunca será atingida como evolução da europa que existe. E, repito, acho que nem todas as uniões europeias são boas. Ocorre-me, por exemplo, a união europeia proposta por Hitler aqui há uns anitos...